Falta de ar e cansaço muitas vezes são associados à velhice, o que pode atrasar o diagnóstico de uma doença importante: a Fibrose Pulmonar Idiopática, conhecida como FPI.

O tecido pulmonar saudável tem muita elasticidade. Repare na animação como os pulmões expandem para receber o ar que respiramos e contraem para expelir o gás carbônico após a troca gasosa, e como o som da respiração é límpido.

“Fibrose” é a formação de tecido de cicatrização. Quando sofremos um corte, por exemplo, esse processo ocorre para estancar a perda de sangue e formar uma nova proteção na região atingida. É, portanto, um processo fundamental para o organismo.

Quando ele ocorre no pulmão (fibrose pulmonar), por outro lado, torna-se um problema, pois o tecido cicatricial é mais rígido, não tem a elasticidade do tecido pulmonar. Dessa forma, as regiões saudáveis que são tomadas por tecido fibroso tornam-se incapazes de expandir e absorver oxigênio, o que afeta diretamente a respiração. Um médico experiente consegue inclusive perceber sons característicos da doença durante uma ausculta pulmonar.

“Idiopática” significa “causa desconhecida”. Embora seja o caso da FPI, alguns fatores podem contribuir para que a doença se desenvolva. Embora a causa da FPI não seja conhecida (idiopática), alguns fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento, como:

Ficar mais cansado ao realizar tarefas comuns do dia-a-dia é uma sensação que dificilmente passaria despercebida na juventude, mas que muitas vezes é minimizada e encarada como normal após os 60 anos, justamente quando a doença é mais incidente.

A falta de ar também é um sintoma inespecífico, comum a muitas doenças. Insuficiência cardíaca e bronquite crônica, por exemplo, são mais comuns conforme a idade avança, e ambas tem a falta de ar entre seus principais sintomas, o que pode confundir e tornar o diagnóstico mais difícil. Entre demora para buscar atendimento médico e confusão com outras enfermidades, pacientes com FPI demoram em média dois anos para obter um diagnóstico preciso.

“Os sintomas são muito semelhantes a qualquer doença do idoso, e aí se confunde com idade, sedentarismo.”

Dr. Adalberto Rubin - Pneumologista

Entre demora para buscar atendimento médico e confusão com outras enfermidades, pacientes com FPI demoram em média dois anos para obter um diagnóstico preciso.

“Geralmente o diagnóstico começa com um cardiologista, um clínico, ou mesmo um geriatra investigando o cansaço do paciente. Por uma tomografia é possível verificar os sinais de fibrose, e nesse ponto a pessoa tem que ser encaminhada para um pneumologista.”

Dr. Adalberto Rubin - Pneumologista

A perda de capacidade pulmonar é normal com o passar dos anos. Um dos maiores problemas da FPI é que ela acelera esse processo porque é progressiva, ou seja, o tecido fibroso se forma continuamente, tomando o espaço do tecido saudável.

Assim como não tem causa conhecida, a FPI também não tem cura. Durante décadas, não tinha nem mesmo tratamento. Atualmente, existem medicamentos capazes de reduzir o ritmo de progressão da doença pela metade.

“Os medicamentos via oral são de uso diário. ¼ dos pacientes inclusive melhoram sua capacidade pulmonar ou a mantêm estável.”

Dr. Adalberto Rubin - Pneumologista

Assista à entrevista para mais informações sobre a doença:

Concepção e Pesquisa:

Luiz Fujita Jr e Juliana Conte


Roteiro:

Luiz Fujita Jr


Design:

Ana Vizeu


Animações:

Carol Castro


Coordenação:

Gabi Magalhães


Desenvolvimento:

Stephanie Heffer